Russa afirma que pediu respeito às leis do país: 'Respeito os pontos de vista'

Acusada de homofobia, Yelena Isinbayeva se retratou. A campeã mundial do salto com vara, que deu declarações polêmicas contra o apoio de atletas ao movimento gay (confira no vídeo ao lado), afirmou que foi mal-interpretada. A russa alegou que pediu apenas que os competidores respeitassem as leis de seu país e disse se opor a qualquer discriminação.
Fonte: Globo Esporte
- Quero deixar claro que respeito os pontos de vista de meus companheiros atletas e quero expressar de maneira firme que me oponho a qualquer discriminação contra a comunidade gay a respeito de sua sexualidade (o que iria contra a Carta Olímpica). O inglês não é minha língua materna e acredito que aconteceu um mal-entendido quando falei ontem. O que queria dizer é que as pessoas devem respeitar as leis de outros países, particularmente quando são convidados – disse a russa, em comunicado oficial.
Isinbayeva, de 31 anos e com três títulos mundiais no currículo, em entrevista aos repórteres no estádio Luzhniki, condenou atletas que pintaram as unhas com cores do arco-íris para apoiar o movimento gay. A musa afirmou que a atitude vai contra os costumes do povo russo.
- Se nos permitirmos promover e fazer esse tipo de coisas, tememos muito por nossa nação porque nos consideramos normais, com um padrão. Nós apenas vivemos com homens ao lado de mulheres, e mulheres ao lado de homens. Tudo deve estar bem. Isso vem da história. Nós nunca tivemos problemas assim na Rússia. E não queremos ter problemas assim no futuro – afirmou em entrevistas.
Ao menos dois atletas suecos competiram com as unhas pintadas com as cores dos arco-íris. Emma Green Tregaro, que ganhou uma medalha de bronze no Mundial de 2005, postou uma foto em seu Instagram dizendo: “Unhas pintadas com as cores do arco-íris”, seguida por uma série de hashtags, incluindo #orgulho. A russa criticou a postura. Para Isinbayeva, os competidores estrangeiros precisavam respeitar os costumes de seu país.
- É desrespeitoso com o nosso país. É desrespeitoso com nossos cidadãos porque somos russos. Talvez sejamos diferentes de outros europeus e de pessoas de diferentes países. Nós temos nossa casa e todos devem respeitar. Quando chegamos a outros países, tentamos seguir as regras deles - afirmou.
Em entrevista ao SporTV, Isinbayeva também pediu discrição a atletas gays nas Olimpíadas de Sochi, no ano que vem.
Em entrevista ao SporTV, Isinbayeva também pediu discrição a atletas gays nas Olimpíadas de Sochi, no ano que vem.
-- Eu dou apoio ao nosso governo e ao ministro do esporte. Os atletas não estão proibidos de disputar os Jogos de Sochi. Não importa a orientação sexual, a nação, a cor da pele. Somos atletas, esportistas, uma grande família. Mas é claro que se promoverem o relacionamento deles nas ruas ou em outros lugares, eu sou contra. Somos russos e somos totalmente diferentes dos europeus e de povos de outros países. Não gostamos disso, realmente. Mas ninguém precisa boicotar as Olimpíadas de Inverno.
- A constituição da Iaaf condiz com nosso princípio de não haver discriminação em termos de religião, política ou orientação sexual. Aliado a isso está nossa crença de que a liberdade de expressão é um direito básico, o que significa que devemos respeitar as opiniões de Green Tregaro e de Isinbayeva – disse Nick Davies, porta-voz da entidade.Em entrevista à agência de notícias AP, a Federação Internacional de Atletismo (Iaaf) afirmou que as opiniões das duas atletas devem ser respeitadas.
A polêmica com o movimento gay tem se estendido durante toda a competição, assim como em relação aos Jogos Olímpicos de Inverno, no ano que vem, em Socchi. A Rússia tem uma lei que proíbe a propaganda homossexual. Vários atletas criticaram a posição do país, gerando, inclusive, um abaixo-assinado e uma ameaça de boicote.
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