Aécio Neves: O governo do PT teve algumas virtudes, entre elas aprofundar e manter algumas dessas políticas, mas não propôs absolutamente nada de novo. Nenhuma das reformas prometidas nas campanhas eleitorais, de 2002 e de 2006, com o presidente Lula, e de 2010, com a presidente Dilma, foram implementadas. Estão ainda por fazer. Cabe ao PSDB retomar a agenda que realmente interessa ao paísFonte: Queremos Aécio Neves Presidente
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Senador Aécio Neves: entrevista colevita |
Em entrevista coletiva, o senador Aécio Neves fala sobre o encontro que acontecerá em Goiás, série de debates do PSDB, Eduardo Campos, presidente Dilma e sobre as eleições de 2014.
Brasília - 26/02/2013
Sobre evento do PSDB-GO, em Goiânia, na próxima segunda-feira (04/03).
O PSDB tem feito uma série de encontro por todo o país, vamos ter um agora em Goiânia, debatendo conjuntura, propostas, projetos. Até porque Goiás inspirou o próprio governo do PT em medidas importantes, como por exemplo, a unificação das políticas de transferência de renda. Vai ser uma oportunidade de, mais uma vez, aprofundarmos uma séria reflexão sobre o país, obviamente, com o objetivo de construir caminhos para o futuro.
Isso será constante agora, já que o senhor esteve em Minas Gerais e outros estados virão pela frente?
Esse é o caminho natural. O PSDB tem a responsabilidade de construir uma nova agenda para o Brasil. Uma agenda que fale para os próximos anos, não apenas para a próxima eleição. E isso não se faz em gabinetes em Brasília, se faz percorrendo o Brasil. Ouvindo, muitas vezes mais do que falando. E essa será a oportunidade também para ouvirmos os companheiros de Goiás, companheiros do Centro-Oeste e, certamente, a partir dessas palestras, desses seminários, desses debates, vamos construir um projeto alternativo a este que está aí. Mais ousado do ponto de vista das reformas, mais efetivo e competente do ponto de vista da administração dos investimentos. E, sobretudo, do ponto de vista ético também mais responsável.
As críticas do ex-deputado Ciro Gomes ao governador Eduardo Campos fortalecem o senhor?
Não, de forma alguma. São questões que, obviamente, eles saberão administrar internamente. Sempre tive uma ótima relação com o Ciro, como sempre tive com o Eduardo. Pessoalmente, não considero que alguém apenas por não estar no meu campo político é meu inimigo e só tenha defeitos. Tampouco acho que só por ser meu aliado só tenha virtudes.
Acho que tanto Eduardo quanto Ciro são homens públicos sérios que podem ter visões distintas sobre determinadas questões, mas são homens que, a seu modo, cada um deles, pensa o Brasil. E é bom que este debate aflore. Nós do PSDB estaremos sempre prontos para ele.
Isso facilita a eleição?
Está muito longe da eleição. A grande verdade é que quem antecipou este processo eleitoral não fomos nós, diferente do que ocorre na maioria das democracias, onde a oposição busca antecipação do cenário eleitoral para desgastar o governo, para dividir o espaço de mídia natural que o governo tem, no Brasil aconteceu o inverso. Foi o governo que antecipou o debate eleitoral. Foi a presidente da República que foi para uma cadeia de rádio e televisão, como antes jamais na história da República havia ocorrido para criticar adversários, para estimular uma divisão do país entre nós e eles. A partir daí, iniciou-se um debate eleitoral, a meu ver, prematuro.
Mas nós da oposição estamos, como já estávamos, prontos para aprofundar a nossa agenda e apresentar ao Brasil uma nova agenda, uma agenda para os próximos dez ou 20 anos. Já que a agenda que está em curso hoje, que está em implementação no Brasil, é a agenda construída pelo PSDB, proposta por nós lá atrás, da estabilidade da moeda, da modernização da economia com as privatizações, da Lei de Responsabilidade Fiscal, do início dos programas de transferência de renda. Estas concepções todas foram feitas no governo do PSDB. O governo do PT teve algumas virtudes, entre elas aprofundar e manter algumas dessas políticas, mas não propôs absolutamente nada de novo. Nenhuma das reformas prometidas nas campanhas eleitorais, de 2002 e de 2006, com o presidente Lula, e de 2010, com a presidente Dilma, foram implementadas. Estão ainda por fazer. Cabe ao PSDB retomar a agenda que realmente interessa ao país