Para Inglês ver ou não!
Fonte: diHITT
Por mais que muitos sejam radicalmente contra o que chamam de “Americanismo” ou “Americanização”; ainda que pessoas até em posições respeitáveis no âmbito acadêmico e cultural temam o tão propalado imperialismo norte americano, não há mais dúvidas com relação à importância do conhecimento (e até domínio) de uma ou mais línguas estrangeiras, principalmente do inglês. As transações comerciais entre países são estabelecidas nesta língua e hoje em dia não somente as terras do Tio Sam ou da rainha da Inglaterra. O inglês é largamente usado por grande quantidade de falantes fluentes não nativos do inglês para a compra e venda de produtos, contratação de serviços, desenvolvimentos de pesquisas, apresentação de trabalhos acadêmicos e até o turismo. Estes falantes, inclusive, estão alterando a própria estrutura da língua, e nem por isso os falantes nativos estão “preocupados” ou criando Projetos de Lei para “impedir” alterações no glossário e/ou sintaxe, etc. E está aí a grande “sacada deles”.
No passado, nem tão remoto, tribos germânicas capturavam, retiravam, cozinhavam e comiam as línguas dos soldados romanos com a esperança de dominar seu idioma. Desde aqueles tempos havia a percepção de que dominar um idioma poderia significar controle. Os tempos são outros, porém, e quem domina outra língua por certo estará em vantagem e conseguirá antes dos outros os resultados que persegue. Essa conversa de que o chinês esteja se tornando a língua do futuro mais parece um desses contos orientais. É cada vez maior o número de empresários chineses que aprendem o inglês, ao invés de outros empresários no mundo todo aprenderem o chinês. E isso tem sua lógica. A gramática inglesa é mil vezes mais sintética e o aprendizado mais facilitado, além de não existirem dezenas ou centenas de dialetos diferentes o que por si só já seria um fator complicador. Não fui o responsável, mas em algum momento teve-se de escolher uma língua para, mais que facilitar, possibilitar a comunicação entre povos, permitindo a consolidação da globalização.
Porém, nem tudo são flores no cenário mundial e o Brasil parece não estar desfrutando dessa fatia na hora de fazer bons negócios, principalmente pela deficiência em fechar negócios na língua universal e assim, por consequência, ostenta um dos piores índices de proficiência na língua inglesa do mundo. É o que indica pesquisa da escola e agência de intercâmbios Education First (EF). De acordo com o estudo, os brasileiros receberam nota média de 47,27 no índice English Proficiency Index (EPI) - desempenho inferior ao apresentado por participantes de países como Argentina, Costa Rica e República Tcheca. Com isso, o Brasil conquistou a 31ª posição em ranking de 44 países que não têm o inglês como língua oficial.
Para chegar a esses resultados, a instituição avaliou o desempenho de dois milhões de pessoas de 44 países diferentes em quatro testes on-line de proficiência em inglês elaborados pela agência. Os exames abordavam questões de gramática, compreensão auditiva, leitura e vocabulário. Mas o que está faltando no Brasil para dar esse salto de qualidade na proficiência? A questão é bem complexa, com certeza, mas rever a Política de Estado voltada para o ensino de inglês, em séries iniciais e Ensino Médio é imperativo, oferecendo maior carga horária e com enfoque na comunicação e não somente instruir alunos para a leitura e compreensão/tradução de textos é um caminho a ser trilhado. Ainda que o aluno queira aprofundar seus estudos em uma escola especializada (algo desejável até), uma base adequada nas escolas regulares não poderia ser dispensada. Os eventos esportivos que se aproximam no Brasil poderão ser a alavanca para iniciar esse novo paradigma, quem sabe, até lá, possamos bater a língua contra os dentes com a qualidade possível.
Por: Horacio Severi.
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