
Fonte: diHITT
Para analisar o caso, os pesquisadores acompanharam o dia a dia de 338 mulheres britânicas que se planejavam para ter um bebê. Elas participaram da pesquisa respondendo questionários que mostravam o quanto estavam estressadas no período em que desejavam engravidar. Os especialistas também avaliaram, durante seis meses, os níveis de cortisol e da enzima alfa-amilase, um indicador de adrenalina, no sangue das voluntárias. O hormônio cortisol está ligado ao stress desenvolvido a longo prazo e é uma consequência de problemas de saúde, pressão no trabalho ou preocupações com dinheiro. Já a adrenalina está diretamente relacionada ao stress imediato, resultado de uma viagem mal sucedida ou um problema pontual.
Durante o estudo, os cientistas pediram para 338 mulheres britânicas, entre 18 e 40 anos, preencherem diariamente um questionário sobre estresse no trabalho, em casa e até na hora de dormir. Os pesquisadores então mediram os níveis de cortisol, o hormônio do stress, no organismo das voluntárias. Do total de mulheres questionadas, 207 engravidaram e 130 bebês nasceram vivos. Desses 130, 72 foram meninas e 58 foram meninos. Cientistas avaliaram essa proporção como excessiva no gênero feminino. Normalmente, a média nos países ocidentais é de mais meninos do que meninas – 105 homens para cada 100 mulheres. Segundo as estatísticas divulgadas pelos especialistas, a probabilidade das mulheres com cortisol no organismo gerarem meninos caía à medida que o índice do hormônio no sangue aumentava.
O estudo foi apresentado durante uma conferência da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva realizada em Orlando, nos Estados Unidos. Segundo Cecilia Pyper, médica envolvida na pesquisa, os resultados são significativos, mas precisam ser repetidos em experiências maiores.
- O que já se sabia sobre o assunto
José Bento de Souza, ginecologista do Hospital Albert Einstein (Foto: Divulgação)
O ginecologista do Hospital Albert Einstein, José Bento de Souza, afirma que as conclusões do estudo realizado pela Universidade de Oxford têm fundamento científico.
Segundo o médico, os altos índices de cortisol, o hormônio produzido pelo stress, podem alterar o PH da vagina e tornar o ambiente pouco favorável para os espermatozoides do gênero masculinos, geralmente mais sensíveis do que os espermatozoides do gênero feminino. O especialista explica que essa é uma hipótese, mas ressalta que o cortisol dificulta a entrada da glicose nas células e que o acúmulo de açúcar pode alterar esse PH de maneira significativa. Essa é a razão pela qual mulheres estressadas tendem a ganhar peso quando acometidas por crises crônicas de stress, lembra o especialista.
Souza reforça a ideia de que será necessário outros e mais completos estudos sobre o tema para comprovar essa teoria.
Especialista: José Bento de Souza, ginecologista do Hospital Albert Einstein
Envolvimento com o assunto: Souza é autor de dois livros sobre a saúde da mulher e participou do congresso, em Orlando, onde o estudo foi apresentado.
- Conclusão
Pode até soar curioso, mas um chazinho de camomila e um suco de maracujá podem ajudar as futuras mamães a gerar meninos. Se a ideia é essa, o ideal é deixar o stress de lado e apostar em estratégias para manter a calma às vésperas de decidir ter um bebê. Afinal, como já dizia o ditado popular, “a paciência depura o sangue e anima o espírito”.
(Por Renata Honorato) veja
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