Abaixo texto de Samy Dana
Na quarta feira 24 de abril o candidato a presidência da república Aécio Neves protocolou a sua intenção em acabar com a reeleição no Brasil e estender de 4 p ara 5 anos o mandato presidencial. Isso pode parecer apenas um assunto político, mas vai muito além…
Fonte: Folha de São Paulo
“Todo político em busca de reeleição é um animal perigoso”… Seres humanos se comportam de acordo com os incentivos que recebem e os políticos não são diferentes. O fato de assumir um mandato com a possibilidade de reeleição altera totalmente, via incentivos, os comportamentos dos políticos.
Por exemplo, hoje em dia no Brasil como um governante assume um primeiro mandato com a possibilidade de reeleição, ele sabe que ao final do último ano do primeiro mandato se sua popularidade estiver alta, ele tem grandes chances de se reeleger.
Quando isso acontece, o governante pode tomar diversas medidas populistas danosas, ou seja, ações que ajudam o curto prazo mas causam grandes danos para população no médio e longo prazos. Nas palavras de um próprio político a favor dessa nova medida “A reeleição, por sua vez, condiciona a segunda metade do mandato à campanha eleitoral, submetendo o governo e, por extensão, a população, a uma gestão distanciada dos reais interesses do País”.
Um exemplo dessas medidas populistas venenosas seria aumentar o salário mínimo para R$1.000 da noite para o dia. Obviamente isso faria aumentar a popularidade e chance de reeleição. Mas a conta fica para os próximos políticos, claro…
Do ponto de vista político, com a possibilidade de reeleição , um governo possui incentivo para ter um viés inflacionário. Isso acontece pois o aumento de juros para conter a inflação, apesar de ser tecnicamente correto, pode frear a demanda, aumentar o desemprego e por conseguinte, compromete a popularidade.
Sob a situação descrita, qualquer semelhança com governo (municipal, estadual e federal) atual não é mera coincidência.
No longo prazo a estabilidade de preços é o que mantém o poder de compra do cidadão e portanto é extremamente saudável para a economia, mas as vésperas de uma reeleição, quem iria querer controlar a inflação às custas de aumentar o desemprego?
Pelo menos do ponto de vista econômico essa nova medida parece alinhar os interesses do governante com os interesses do país, tanto no curto quanto no longo prazo…
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